quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Como Ratos em Bueiros



Mais um trago do café, outro gole no cigarro. Vou cantando os livros e lendo as melodias. No mundo em que já vi de tudo, todo sentimento é pouco. E cada pouco me completa, como se fosse o último. Ultimo momento para ser sincero.

Justificando minha existência, vou gritando em silêncio, e deixando-me ensurdecer com suas lágrimas. Sufocando-me em seus cabelos curtos. Entrelaçando-me nos seus pensamentos.

Vejo surgir nas fumaças, a bailarina pervertida que sua imaginação sonhou. E ela dança, olhando-me com frieza e desprezo. Já não tens mais a voz suave. Agora agoniza pelo corredor escuro.

As lâmpadas fracas, como um filme de terror. As portas estão trancadas, sento-me no chão. Estou sozinha agora.

Correr até o fim do túnel, bater a cara na pedra, e deixar o sangue escorrer entre os cílios. Pois na boca fina, adormece a palavra ‘medo’.

Esperar as cartas que você nunca me escreveu, é um tormento. Torcer para que o tempo voe, mas ele apenas passa, arrasta, divaga em minha mente. Passado e futuro. O presente sou eu e você.

Os olhos agora ardem de ódio, de medo, de pena e de saudades de encontrar os teus. Você sempre soube, e eu não sabia. Que era difícil a palavra amar.


º° Bibian °º