quinta-feira, 28 de junho de 2007

Berros de Sentimento


Como sorrir?

De que motivos fúteis preciso para enganar essa lágrima que teima em querer rasgar-me?

Por que caminhos estreitos terei que caminhar para esquecer essa solidão que teima em me doer, que teima em me tomar?

Por onde, dentro de minha mente, terei de ir para conseguir enfim me esconder desse vazio, dessas risadas falhas que eu ainda estampo, desses sentimentos que beiram o amargo de tão medíocres?

Infelizmente eu não consigo me enxergar dentro desse padrão frio, pois eu ainda creio na existência dos sentimentos, muito embora eles não tenham me ajudado tanto por esses tempos.

Não consigo me adaptar a esses tempos em que beiram as relações cegas, que não conseguem se mostrar, não conseguem se entrelaçar como se amar fosse algum motivo para se fugir. Gostaria de entender o porquê de ninguém conseguir firmar-se ao meu lado, pois me parece que está tudo torto. É como se o mundo estivesse virando de cabeça pra baixo, e eu ainda esteja teimando em caminhar na direção contraria só que ninguém me entende – e todos esperam que eu volte a caminhar na direção deles.

Gostaria de acertar o caminho para fugir desse sistema sufocante, para que eu possa enfim poder correr atrás da minha felicidade, e fugindo dessa fumaça que teima em querer me cegar, dessa sede por lucros desumanos, dessa selva que eu sou obrigado a suportar – pois neste mundo não se come quem tem fome, não se dá abrigo a quem tem frio, muito menos ouvidos aos que ainda teimam em tentar berrar o erro deste mundo.

Mas como correr atrás de uma felicidade que eu sou impossibilitado de enxergar, pois não sou completamente entendido nas minhas falas dando-lhes um ar de devaneio? Como esperar que as coisas enfim se acertem, se nem quando tenho certeza de que tudo dará certo, a calmaria se vai e uma nova tempestade se instala?

Que monstro é esse que me causei por conta de tantas quedas?

Quantas feridas, nas quais joguei sal e também engoli as lágrimas de dor, terei ainda mais de suportar até que meu caminho seja aberto à liberdade?

Ardo. Mas ardo por que não consigo me convencer que estou errado. Ardo por que não importa quantos planos eu faça, todos se perdem num grande incêndio. Ardo, mas esse ardor, como sempre, vai ser esquecido com muitos e muitos sorrisos tão falsos quanto esse vazio a que me lancei. Ardo por que não posso lutar para mudar, pois sou covarde demais para fugir e corajoso demais para ficar. Ardo, mas este ardor há de passar, essa lágrima há de secar e o meu sorriso – falso, mas sorriso – voltará a estampar meu rosto.


º° Rafael Loiola Sarmento. °º

Um comentário:

Anônimo disse...

Você sempre conseguindo me tocar com suas palavras neh??


Beijosss!!!